A mobilização “Movimento Securitização Já”, que busca a renegociação de dívidas do setor agropecuário gaúcho, teve sua manifestação inicialmente marcada para a manhã desta segunda-feira 26 de maio foi adiada. O ato, que deveria ocorrer no Trevo da Faxina, na BR-293, em Sant’Ana do Livramento, provavelmente será realizado na próxima quarta-feira, com a data exata a ser confirmada pelos organizadores.
A pauta central é a securitização das dívidas, medida que visa transformar débitos dos produtores rurais em títulos negociáveis, garantindo condições de pagamento mais favoráveis diante das sucessivas perdas enfrentadas pelo setor, especialmente devido a eventos climáticos extremos.
A securitização das dívidas rurais é uma demanda antiga e urgente para muitos produtores no Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, secas e enchentes causaram prejuízos significativos às lavouras e rebanhos, inviabilizando o cumprimento dos compromissos financeiros. A expectativa é que a medida possa oferecer um fôlego aos agricultores e pecuaristas, permitindo a retomada da produção e a manutenção da atividade no campo.
O Movimento Securitização Já tem ganhado força em diversas regiões do estado, com produtores rurais se unindo para pressionar o governo federal e o Congresso Nacional pela aprovação e efetivação de leis que garantam a renegociação das dívidas. A mobilização em Sant’Ana do Livramento, embora adiada, reforça o coro dos produtores que buscam soluções concretas para a crise financeira que assola o agronegócio gaúcho. A próxima quarta-feira, se confirmada a nova data, será mais um dia de luta e conscientização pela sustentabilidade do setor que é vital para a economia do estado.
Produtores e entidades do setor, como a Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) e a Fetag-RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul), têm intensificado os protestos e as negociações com o governo federal. Faixas com os dizeres “Securitização Já!” e maquinários agrícolas expostos às margens das rodovias tornaram-se símbolos dessa luta por “socorro” e pela “sobrevivência do agro gaúcho”.
A pauta do movimento não se restringe apenas à securitização. Inclui também a prorrogação dos vencimentos de curto prazo para 2025 em todas as instituições financeiras e cooperativas, a readequação do Proagro (Programa de Garantia da Atividade Agropecuária) e medidas emergenciais para as perdas. A urgência se faz presente, uma vez que o atraso nos pagamentos impede os produtores de acessar novos créditos, inclusive os do Plano Safra.
Apesar das recentes aprovações em comissões do Congresso Nacional, como o PL 320/2025 do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que trata da securitização, os produtores ressaltam que o governo federal tem demonstrado resistência em apoiar a medida. A expectativa é que o Conselho Monetário Nacional (CMN) possa apresentar alguma resolução na reunião prevista para o final de maio.